Marcelo Garcia, filho de Léa Garcia, recebeu o prêmio em nome da atriz durante o Festival de Cinema de Gramado, no Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (15). Ela morreu hoje, aos 90 anos, horas antes de receber a homenagem no evento. A causa da morte não foi revelada.
Léa estava na cidade para participar do evento e foi vista andando sorridente pelo festival, que começou no último sábado (12).
“Para muitos, poderia ser difícil [estar aqui, neste momento]. Mas a minha mãe não morreu. Ela continua aqui. E eu fiz questão de vir aqui hoje”, disse Marcelo, no discurso.
Léa Garcia nasceu em 11 de março de 1933. A artista iniciou a carreira no Teatro Experimental do Negro (TEM), companhia fundada por Abdias do Nascimento, artista e ativista dos direitos civis da população negra.
A artista contabilizava mais de cem produções no currículo, incluindo cinema, teatro e televisão. Ela foi a única atriz brasileira que trabalhou em um filme que recebeu um Oscar, o longa Orfeu Negro, de 1959, que venceu a categoria de Melhor Filme Estrangeiro na premiação.
Ela também participou do espetáculo que deu origem ao filme, Orfeu da Conceição, de 1956, de Vinicius de Moraes, que estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com cenário de Oscar Niemeyer.
Léa sempre teve muito amor à profissão e se manteve em atividade ao longo da vida. No ano passado, ela estreou o filme O Pai da Rita. Além disso, ela consolidou uma carreira de papéis marcantes em produções como Selva de Pedra, Escrava Isaura, Xica da Silva e O Clone.
Além da TV Globo, a atriz teve passagens pela extinta TV Manchete, com atuação em Xica da Silva, e pela Band, participação em O Campeão, ambas de 1996.