Operação policial investiga vereadores suspeitos de corrupção em Maracaju

O Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) deflagrou nesta quarta-feira (7), nova fase da operação Dark Money denominada Mensalinho, que investiga oito vereadores da Câmara Municipal de Maracaju suspeitos de corrupção entre os anos de 2019 e 2020.

Os vereadores investigados ainda não tiveram os nomes divulgados pela Polícia Civil, no entanto, a reportagem apurou que um deles foi conduzido para a delegacia, pois foi encontrada com ele, uma arma sem registro.

De acordo com as primeiras informações repassadas à imprensa, o suposto esquema de corrupção teria acontecido na prefeitura de Maracaju, entre os anos de 2019 e 2020, ainda na gestão do então prefeito Maurílio Azambuja, que já foi alvo de mandados em fases anteriores da operação.

Ao todo foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão, que tiveram como alvos vereadores do referido município e também Rio Brilhante. Além disso, foram investigadas pessoas que eram utilizadas pelos vereadores para recebimento do pagamento indevido.

Além dos mandados, a Justiça determinou a suspensão dos mandatos dos parlamentares alvos da Dark Money, bem como medidas de sequestro e indisponibilidade dos bens dos investigados.

As investigações apuram o desvio de mais de R$ 23 milhões através de um esquema criminoso que utilizava contas clandestinas, abertas em nome da prefeitura, sem conhecimento dos órgãos de controle.

Nesta terceira fase da ação, os investigadores identificaram pagamento de propina a vereadores durante os meses de dezembro de 2019 a novembro de 2020. As propinas eram pagas por ordem do então prefeito que, com o aval de outros servidores, tinha como objetivo afrouxar a fiscalização das contas do Executivo pelo Legislativo, além de aprovar projetos e leis de seu interesse.

O pagamento de propina tinha como objetivo impedir o funcionamento adequado dos parlamentares, já que é de responsabilidade deles a fiscalização.

A 3ª fase foi nomeada como ‘Mensalinho’ em referência ao esquema do Mensalão, que era operado em nível federal, nos primeiros governos do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As investigações do Dracco apontaram ainda que 11 dos 13 vereadores que integravam a Câmara no período teriam recebido pagamentos indevidos oriundos dos desvios feitos na prefeitura.

Dos 11 vereadores investigados, oito ainda estão em atividade. Os valores recebidos por cada vereador dependiam de sua influência e capacidade de interferir na fiscalização.

Para se ter ideia, em um ano foram identificados pagamentos para os 11 vereadores que chegavam a R$ 1.374.000,00, e foram feitos em cheques, nomes de laranjas ou até mesmo em espécie, para dificultar o rastro do dinheiro.