Após a paralisação das atividades esportivas por conta do novo coronavírus (Covid-19), o calendário do hipismo estadual será retomado neste final de semana, com a adoção de protocolos severos de biossegurança. A Federação Sul-Mato-Grossense de Hipismo (FSMH) realiza, nos dias 21 e 22 de novembro, a segunda etapa do Ranking de Salto, no haras Manege da Figueira, em Campo Grande. A competição tem o apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte).
Ao todo, o evento receberá 60 conjuntos (par formado por cavalo e cavaleiro/amazona), distribuídos em seis categorias, reunindo crianças, jovens e adultos. De acordo com a FSMH, participarão da etapa cavaleiros e amazonas com idades entre seis e 60 anos, entre civis e militares, de Campo Grande, Dourados e Ponta Porã.
O diretor-presidente da Fundesporte, Marcelo Ferreira Miranda, afirma que o hipismo sul-mato-grossense vem crescendo a cada ano e já figura entre os principais do país. “O hipismo é um esporte que tem um poder de união social e familiar muito grande e, além disso, revela inúmeros atletas. Hoje, Mato Grosso do Sul é um celeiro hípico e temos atletas que já são inclusive convocados à seleção brasileira para disputar competições internacionais. Nesse sentido, a Fundesporte é parceira, na busca de fortalecer ainda mais a modalidade”.
As provas vão acontecer nas seguintes séries, divididas pela altura dos obstáculos: 40, 60, 80 e 90 centímetros, que correspondem à categoria Escola, e 1 metro, 1,10m, 1,20m, 1,30m e 1,40m. O presidente da FSMH, Geraldo de Almeida Pereira, explica que as disputas sempre ocorrem em dois formatos. Basicamente, vence quem concluir o percurso com obstáculos no menor tempo, com menos faltas.
“Nas provas cronometradas, o competidor tem que completar o percurso no menor tempo, com o menor número de faltas. Ao derrubar uma vara do obstáculo, o competidor é penalizado com quatro pontos. Já nas provas de tempo ideal, válidas pela categoria Escola, a pista é medida e se estipula um tempo para concluir o percurso. Quem mais se aproximar desse tempo, ganha a prova”, detalha o dirigente. Os competidores terão pela frente de oito a 12 obstáculos, dependendo de cada prova.
Para encontrar o “tempo ideal”, segundo Pereira, é necessária a aplicação de um cálculo, na regra de três simples: mede-se a extensão do percurso, multiplica por 60 segundos e divide por 350 metros por minuto, velocidade imposta pela Confederação Brasileira de Hipismo (CBH).
A primeira etapa foi realizada nos dias 7 e 8 de março, no haras da Equipe GF de Hipismo, também na Capital. A FMSH pretende realizar a terceira e última etapa da temporada 2020 no mês de dezembro, com a data a ser definida. Anualmente, quatro conjuntos representam Mato Grosso do Sul no Campeonato Brasileiro. Vão automaticamente à competição nacional os dois primeiros colocados do Ranking de Salto da federação, somando-se a pontuação de todas as etapas, além do vencedor do Campeonato Estadual de Salto. A quarta vaga é subjetiva, decidida pela comissão técnica da FSMH.
Protocolos de biossegurança
A FSMH, com base nas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), aplicará medidas de biossegurança na 2ª Etapa do Ranking de Salto, na Capital. As provas serão desenvolvidas obedecendo a um distanciamento de, no mínimo, três metros durante a prática de montaria e todos os atletas com materiais individuais. A utilização de máscara será obrigatória durante todo o evento, desde a chegada, permanência, antes e após as atividades;
Será proibida a permanência no local do evento após o término das provas. Cada competidor deverá levar sua própria água em suas garrafas individuais. Na entrada, informações serão coletadas em formulário, referentes aos deslocamentos (viagens) realizados nos últimos dias, contatos com pessoas alheias à família ou casos suspeitos de Covid-19, participação em festas ou outras aglomerações. Além disso, haverá aferição da temperatura corporal.
Todas as superfícies serão higienizadas constantemente. Recipientes com álcool em gel 70% estarão disponíveis em pontos estratégicos no haras. Avisos sobre o cumprimento das medidas sanitárias serão feitos frequentemente por meio do sistema de áudio do evento.
O evento não será aberto ao público e somente será permitida a entrada de atletas, proprietários de animais, treinadores, veterinários e demais membros do estafe. Não haverá cerimônia de pódio, para evitar o contato entre cavaleiros e amazonas. A premiação, portanto, será individual.
Lucas Castro, Fundesporte
Foto: Wagner Guimarães/FSMH