Estado superou em R$ 1,2 bilhão o total exportado em todo o ano passado

As exportações de Mato Grosso do Sul somaram US$ 5,462 bilhões nos 11 meses de 2020, 4,6% a mais do que o total enviado ao exterior nos 12 meses do ano passado, quando foram negociados US$ 5,217 bilhões – diferença de US$ 245 milhões ou R$ 1,2 bilhão.

Já no comparativo com o mesmo período, entre janeiro e novembro, o Estado negociou um volume 11% maior em 2020. Nos 11 meses de 2019, MS havia exportado US$ 4,891, ou seja, foram US$ 571 milhões (ou R$ 2,935 bilhões) a mais neste ano, mesmo considerando a pandemia da Covid-19.

Os produtos que puxaram o saldo positivo na balança comercial foram soja, celulose e açúcar.

Em 11 meses, a balança comercial de MS alcançou superavit de US$ 3,728 bilhões, montante 38,81% superior ao verificado no mesmo período de 2019, quando a diferença entre exportações e importações chegou a US$ 2,745 bilhões.

O superavit foi notado em decorrência do aumento das exportações, mas também por influência da queda nas importações.

No ano passado, em 11 meses, MS registrou US$ 2,145 bilhões em compras de produtos do exterior, já em 2020 foi negociado US$ 1,733 bilhão – queda de 19%.

As informações foram publicadas nesta sexta-feira (4) na Carta de Conjuntura do Setor Externo, elaborada pela Secretaria do Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).

Produtos

A soja é o principal produto da balança comercial de Mato Grosso do Sul, responsável por 29,5% de tudo o que é exportado pelo Estado.

Entre janeiro e novembro de 2020, foram 4,7 milhões de toneladas de soja enviadas ao exterior, o montante é 50,64% maior do que o mesmo período do ano passado, quando 3,174 milhões de toneladas foram enviadas ao mercado externo.

Já em relação ao montante negociado, o aumento é de 45%. Nos 11 meses de 2019, foi US$ 1,114 milhão, ante US$ 1,616 milhão neste ano. O que demonstra que o mercado externo está aquecido para o grão brasileiro.

De acordo com o titular da Semagro, secretário Jaime Verruck, fatores externos e internos valorizam a commodity no mercado.

“A desvalorização da moeda brasileira tem pesado na remuneração dos produtores e na competitividade dos itens. E em relação à soja, estamos aumentando a capacidade de processamento internamente, o que também tem afetado nos preços elevados do grão. A tendência de alta na demanda se confirma, com quase metade da safra a ser colhida já comercializada”, analisa Verruck.

O Estado continua como o maior exportador de celulose do País. Sendo o segundo produto da pauta, responsável por 28,91% do total.

Em quantidade de envios ao exterior houve aumento em relação ao volume, foram enviadas 4,242 milhões de toneladas em 2020, contra 3,860 milhões de toneladas em 2019. Já em termos de valor, foi registrada queda; em 2019, foi negociado US$ 1,833, ante US$ 1,579 neste ano.

“Em termos de volume, houve aumento de 9,88%, sugerindo que a queda de 13,89% foi principalmente em decorrência da queda de preço, comparado ao período de janeiro a novembro de 2019”, informa o documento da Semagro.

Os destaques nos 11 meses ficam com os óleos e as gorduras vegetais e animais que tiveram as exportações aumentadas em 139% em relação ao ano passado, e principalmente o açúcar, que de 197 mil toneladas exportadas em 2019 chegou a 995 mil em 2020, aumento de 366%.

Logística

Para o secretário, há a necessidade de ampliar a rota de escoamento da produção estadual. Verruck explica que investir em logística é fundamental.

“As exportações mostram que discutir sobre logística é de extrema importância no Estado. Praticamente todo o volume exportado vai para os portos de Santos e Paranaguá, via transporte rodoviário, que impossibilita dar a fluidez necessária que alguns produtos exigem, como é o caso do minério de ferro”, destaca.

Os portos de Santos e Paranaguá concentram as exportações de Mato Grosso do Sul. Conforme já noticiado, o transporte hidroviário foi prejudicado pelo baixo calado do Rio Paraguai. A seca histórica em 2020 suspendeu as exportações via Porto Murtinho e Corumbá, pressionando ainda mais o setor rodoviário.

Entre os países, a China continua sendo o maior destino da produção brasileira.

Em 2020 o país asiático foi responsável, até novembro, pela compra de 46% das exportações estaduais, com crescimento de 23% no consumo em relação ao ano passado. Os Estados Unidos aparecem em segundo, com 4,17% do total exportado.

O especialista em Comércio Exterior, Aldo Barrigosse, explica que, com a valorização do dólar, as exportações tendem a crescer.

“A expectativa é manter o ritmo forte nas vendas até o fim do ano, com crescimento dos principais produtos da pauta – soja, carnes, farelo de soja – e até mesmo uma retomada do ritmo da celulose. O Brasil é líder em vendas de alimentos para o mundo e Mato Grosso do Sul é um grande fornecedor. Há todo um investimento no campo para garantir a qualidade dos nossos produtos. A cada ano a produção está melhor”, analisa.