A falta de água nas aldeias indígenas de Dourados e a demanda por terras por parte levaram a novos bloqueios de rodovias em Mato Grosso do Sul nesta terça-feira. Indígenas e sem-terra exigem soluções imediatas do governo para garantir o acesso à água e a reforma agrária, respectivamente.
O bloqueio da MS-156 entre as cidades de Dourados e Itaporã, assim como no anel viário de Dourados, completa 24 horas (26). O protesto é organizado por indígenas das Aldeias Jaguapiru e Bororó, que cobram das autoridades o retorno da água nessas comunidades.
Ainda na segunda-feira (25), o capitão da Aldeia Jaguapiru, Ramão Fernandes, disse que não houve avanço nas negociações com representantes do governo estadual e, por isso, todos os pontos continuariam fechados.
A falta de água nas aldeias Jaguapiru e Bororó, em Dourados, intensificou a crise humanitária na região e levou os indígenas a bloquear a MS-156, que liga Dourados a Itaporã. Os manifestantes exigem um compromisso formal dos governos federal e estadual para garantir o abastecimento de água por meio de caminhões-pipa e a perfuração de poços.
O capitão da Aldeia Jaguapiru, Ramão Fernandes, afirmou que as negociações com o governo não avançaram e que os indígenas só liberarão as rodovias após a assinatura de um acordo que garanta o acesso à água. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, anunciou que as aldeias de Dourados serão atendidas na segunda fase do programa “Água para Todos”, mas sem previsão de início.
Paralelamente, o MST realizou bloqueios na BR-262, entre Anastácio e Miranda, e na MS-386, entre Antônio João e Ponta Porã. Cerca de 800 manifestantes reivindicam terras, crédito e alimentação para famílias acampadas, além de respostas concretas do Incra-MS sobre novos assentamentos ainda em 2024.
A falta de água e a luta por terra são problemas crônicos em Mato Grosso do Sul e a intensificação dos protestos demonstra a insatisfação das comunidades indígenas e do MST com as políticas públicas. A falta de diálogo e a ausência de soluções concretas por parte do governo têm agravado a situação e gerado instabilidade na região.