Candidatas com menos de dez votos são investigadas pelo MPE em Mato Grosso do Sul

O Ministério Público Eleitoral (MPE) iniciou uma investigação para apurar suspeitas de fraude à cota de gênero nas eleições municipais de 2024 em Sidrolândia, a cerca de 70 km de Campo Grande. A investigação foca nos partidos PV, PSB, PT, PDT, PC do B, Avante e Republicanos, que podem não ter cumprido a exigência de reservar pelo menos 30% das candidaturas para mulheres, conforme a legislação eleitoral. A promotora Daniele Borghetti Zampieri é responsável pela abertura do procedimento.

Candidatas que tiveram um desempenho extremamente baixo nas urnas, com votos entre zero e dez, foram notificadas a prestar depoimento. Entre elas estão Telma Machado (PV), Cirlei de Fátima Matos (PSB), Paula Lemes (PT), Janaína Andrade (PC do B), Claudete Godoy (Avante), Ana Cristina Batista (Republicanos), Larissa Arruda (Republicanos), Jessica Lira de Souza (PDT) e Edna Bento (Republicanos). O MPE aponta que, em muitos casos, essas candidatas não receberam recursos significativos para suas campanhas, levantando suspeitas de candidaturas apenas para cumprir a cota de gênero, sem a intenção de uma campanha real.

O MPE investiga se as candidaturas fictícias foram usadas para garantir o percentual mínimo de mulheres nas chapas, sem que houvesse esforços reais para eleger essas mulheres. A falta de financiamento adequado e a baixa quantidade de votos são indícios dessa prática. O Ministério Público aguarda os depoimentos das candidatas e as respostas dos partidos para decidir se há elementos suficientes para adotar medidas legais, que podem incluir a anulação das candidaturas e sanções aos partidos envolvidos.