Depois de 41 anos, a Band vai voltar a transmitir, com exclusividade, a Fórmula 1.
O retorno do esporte à grade da emissora acontecerá no dia 28 de março, com o GP do Bahrein, às 12 horas (horário de Brasília).
E virá como um “déjà-vu” para quem já estava acostumado a acompanhar o esporte pela Globo, que por 40 anos foi dona dos direitos de transmissão, até a temporada passada.
É que os profissionais que estarão à frente desta cobertura já são figuras de destaque no setor. Caso de Mariana Becker, que ficará responsável pelas reportagens “in loco”.
“Estou feliz de fazer parte desse grupo, que foi se formando aos poucos. Cada hora eu recebia mensagem de um que estaria se juntando. É o time do frescobol, não é do tênis. A gente levanta a mão para o outro devolver a bola, ninguém quer a derrota”, valoriza a gaúcha, que terá o jornalista Reginaldo Leme e o narrador Sérgio Maurício como colegas na nova emissora.
Ao longo do ano, serão 23 provas do calendário do circuito para acompanhar. Uma rotina à qual Mariana já está mais que acostumada. “É tudo muito rápido. Estou sempre no aeroporto”, reconhece.
As disputas irão ao ar, ao vivo, tanto na tevê aberta quanto na Rádio Band News FM.
Já os treinos classificatórios serão transmitidos pelo Band Sports, assim como a Fórmula 2 e a Fórmula 3.
“É essencial uma emissora aberta seguir transmitindo a Fórmula 1 no Brasil. O fã do automobilismo precisa continuar a ter esse acesso”, defende Mariana, que completará 50 anos no mês que vem.
Os direitos de transmissão do Campeonato Mundial de Fórmula 1 na Band vão até o final de 2022.
Para Mariana, essa nova fase resultará em mais espaço para o esporte na televisão. Pelo menos é o que ela deduz, diante da proposta da emissora.
“A ideia é despertar o interesse não só das pessoas que entendem da modalidade, como também de quem não conhece e pode começar a se apaixonar. No ‘Show do Esporte’, conseguiremos mostrar vários lados desse esporte, com mais emoção, velocidade, técnica e informação”, adianta.
Nascida em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Mariana começou sua trajetória profissional em um jornal de sua cidade chamado “O Vertical”, mas não demorou a frequentar campeonatos brasileiros de surfe, fazendo boletins para a Rádio Ipanema.
“Eu viajava muito surfando e comecei a escrever sobre tudo aquilo que eu estava vendo e sobre pessoas que eu achava interessantes, principalmente mulheres que faziam esportes radicais”, lembra ela.
Durante a faculdade, estagiou no jornal “Zero Hora”, mas logo migrou para a televisão. O início no veículo, curiosamente, aconteceu justamente na Bandeirantes, quando ainda era estudante.
“Trabalhava na emissora local e comecei a apresentar um jornal que tinha esporte ao meio-dia. Lembro que, na primeira vez que gravei para a Band nacional, eu tinha que dar as últimas notícias do Sul e foi o Elia Junior quem chamou a reportagem no ar”, recorda.
Dos muitos anos de cobertura, não faltam lembranças – com direito a boas risadas. Como na vez em que, em uma pré-temporada, em vez de tomar um probiótico, ingeriu sonífero.
“Fui entrevistar o Nico Rosberg e me deu um sono danado. E eu não entendia o porquê. Foi um desespero, acho que foi a entrevista mais difícil da minha vida”, conta.
Em 2021, no entanto, os perrengues devem ser bem diferentes.
“Acho que o maior problema é a questão da covid. Quando você vai e volta de um país para outro, tem de fazer isolamento. Torço para que isso seja bem combinado, para termos uma temporada tranquila”, diz.