Usina São Fernando é colocada à venda pela terceira vez

A Usina São Fernando foi disponibilizada pela terceira vez para arremate. A unidade está localizada na cidade de Dourados e os interessados devem enviar propostas até o dia 26 de fevereiro.

O empreendimento pertencia à família do empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e condenado no âmbito da Operação Lava Jato. A Usina teve a falência decretada pelo juiz da 5ª Vara Cível de Dourados, Jonas Hass, em junho de 2017.

A indústria tem capacidade de 4.5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 330 mil toneladas de açúcar, 150 mil m³ de etanol anidro e dispõe de dois geradores com potência de 122,2 MW.

O edital estipulou valor mínimo de R$ 200 milhões para venda, mas a dívida da São Fernando chega aos R$ 2 bilhões.

Usina São Fernando

A usina foi inaugurada em 2009, na época um dos maiores projetos de produção de açúcar e etanol do país. Em 2013 a empresa entrou em recuperação judicial e em junho de 2017, a usina teve a falência decretada pelo juiz Jonas Hass da Silva Junior, que conduz o processo desde o pedido de recuperação.

Considerada a maior geradora de empregos de Dourados até entrar em recuperação judicial em abril de 2013, a Usina São Fernando chegou a empregar, em seu auge, cerca de 3.800 funcionários.

Até o primeiro semestre de 2017, a indústria operava com apenas 30% de sua capacidade, empregando 900 trabalhadores, de acordo com informações repassadas à época pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Açúcar, Etanol e Bioenergia de Dourados e Ponta Porã.

O maior credor da usina é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiou o projeto. No primeiro leilão, em setembro de 2017, o valor mínimo fixado para a venda da usina era de R$ 716 milhões, mas não apareceram interessados.

Já no segundo certame, não foi estabelecido valor. Na ocasião, foi apresentada apenas uma proposta feita pela empresa Pedra Angular Açúcar e Álcool Participações e Administração no valor de R$ 825 milhões.

Na época, o juiz Jonas Hass julgou a Pedra Angular “incapaz de assumir tamanho compromisso” e afirmou que o capital social da empresa “é ínfimo ante o tamanho das dívidas, do capital da massa falida e do fluxo de caixa diário da massa falida”.