Deputado Jamilson Name vira réu por organização criminosa e exploração do jogo do bicho

O deputado estadual Jamilson Name e outras 15 pessoas viraram réus integrar organização criminosa armada, exploração do jogo do bicho e lavagem de dinheiro.

Juiz Roberto Ferreiro Filho aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual na última sexta-feira (15).

Além do deputado, também são acusados dos crimes Jamil Name, Jamil Name Filho, Darlene Luiza Borges, Agustinho Barbosa Gomes, Cícero Balbino, Cláudio Rosa de Moraes, José Ney Martins, Leonir Pereira de Souza, Marcilene de Lima Ferreira, Paulo Sérgio Paes de Lira, Patrícia Pereira Lira, Raimundo Nery de Oliveira, Renato Lima Fontalva, Ricardo Alexanfre Cáceres Gonçalves e Tatiana Freitas.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, a organização criminosa chefiada pelos Name seria responsável por diversos crimes, desde porte ilegal de armas de fogo a homicídio e obstrução da justiça.

Para bancar as atividades criminosas, a principal atividade financeira desenvolvida pela milícia armada seria a exploração do jogo do bicho, praticada por meio de diversas pessoas e divisão de tarefas, “valendo-se da mescla com a atividade comercial praticada com a empresa Pantanal Cap”.

Jamilson Name é acusado de ocupar a função de liderança na organização criminosa, especialmente cuidando da parte financeira.

Segundo a denúncia, Jamilson era o idealizador das atividades da Pantanal Cap e ganhou mais destaque no esquema criminoso após a prisão do pai e irmão dele, Jamil Name e Jamil Name Filho.

Em interrogatório extrajudicial, o deputado assumiu a liderança da Pantanal Cap e disse que com a prisão dos outros Name, alterou o contrato social da empresa, suprimindo os nomes dos demais acusados.

Ministério Público afirma que a empresa era utilizada para lavar dinheiro obtido por meio do jogo do bicho.

Consta ainda na denúncia que o esquema contava com três níveis de hierarquia, sendo os bicheiros e anotadores, os gerentes e os líderes/baqueiros.

Os bicheiros e anotadores eram responsáveis por fazer a venda direta das apostas e nenhum deles foi denunciado.

Os gerentes seriam os contadores que cuidam dos bicheiros de determinada área, intermediando contato e fluxo de dinheiro com os líderes.

São apontados como gerentes: Darlene Luiza Borges, Agustinho Barbosa Gomes, Cícero Balbino, José Ney Martins, Leonir Pereira de Souza, Marcilene de Lima Ferreira, Paulo Sérgio Paes de Lira, Patrícia Pereira Lira, Raimundo Nery de Oliveira, Renato Lima Fontalva, Ricardo Alexanfre Cáceres Gonçalves e Tatiana Freitas e Cláudio Rosa de Moraes, que morreu vitima de Covid 19.

Já os líderes são Jamilson Name, Jamil Name e Jamil Name Filho.

A gerência foi identificada inicialmente como integrantes de um grupo de WhatsApp, onde tratavam sobre lançamentos de apostas, resultados de sorteios e demais assuntos relacionados à atividade de exploração do jogo do bicho.

Documentos apreendidas na sexta fase da Operação Omertà, denominada Arca de Nóe, desencadeada em dezembro do ano, apontam para a aparente ligação entre as atividades prestadas na empresa Pantanal Cap e na exploração do jogo do bicho.

“A atividade desenvolvida pela Pantanal Cap seria utilizada para “branquear” o montante auferido mediante a prática ilícita, indicando possível prática de lavagem de dinheiro, por meio da ‘mescla’ de dinheiro lícito obtido através da venda de cartelas de títulos de capitalização e das apostas no jogo do bicho”, diz a denúncia.

Com a denúncia aceita, os réus têm o prazo de dez dias para apresentarem resposta à acusação.

Omertà

Denominada Arca de Noé, a sexta fase da operação Omertà foi desencadeada no dia 2 de dezembro de 2020, quando foram cumpridos 13 mandados de prisão e 17 de busca e apreensão., além do bloqueio de R$ 18 milhões da Pantanal Cap.

Entre os principais alvos estava o deputado Jamilson Name, alvo de uma das ordens de busca e Darlene Borges, conhecida como a “gerentona” do jogo na cidade, presa pela força-tarefa.

Parte legal dos negócios de Jamil Name, a Pantanal Cap foi fechada pelas equipes da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

A Justiça também determinou que os títulos de capitalização oferecidos pela empresa fossem retirados de circulação por tempo indeterminado.