Simone Tebet vai enfrentar aliança de bolsonaristas e petistas em disputa da presidência

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) enfrentará Rodrigo Pacheco (DEM-MG) nas eleições para a presidência do Senado, no dia 1º de fevereiro.

Escolhida por unanimidade por seu partido, a sul-mato-grossense enfrentará uma frente diversa, mas com grande poder de articulação, que agrega senadores governistas, bolsonaristas e também a bancada do PT.

Com o MDB, que ontem teve sua bancada elevada de 13 para 15 senadores, Simone Tebet pretende posicionar-se ao centro da disputa e já começa o trabalho de conquistar apoio nesta quarta-feira.

Hoje, por exemplo, a senadora tem reunião marcada com a bancada do Podemos, que tem nada menos que 10 senadores. PSDB, Cidadania, PSL e PSB também estão no radar do MDB, o que elevaria o grupo de Tebet para 37 senadores.

Para vencer, ela precisa de pelo menos 41 votos.

Do outro lado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) conta com o apoio de petistas e bolsonaristas. PSD, PT, Pros, PSC e Republicanos integram um grupo de aproximadamente 29 senadores.

Por causa deste arranjo na disputa, a bancada de Mato Grosso do Sul chegará dividida nas eleições, ao contrário de 2018, quando Tebet, Nelson Trad Filho (PSD) e Soraya Thronicke (PSL) votaram em Davi Alcolumbre.

Agora, Trad Filho acompanhará seu partido e votará em Pacheco, candidato de Alcolumbre e também mais alinhado ao governo federal. Além dele, outros nomes, como Flávio Bolsonaro (Republicanos) e toda a bancada do PT, devem acompanhar o senador de Minas Gerais.

Soraya Thronicke ainda não decidiu em quem votará nas eleições para a presidência do Senado.

A ESCOLHA

Partido com a maior bancada, o MDB apressou a escolha de seu candidato à presidência do Senado para não perder terreno para Rodrigo Pacheco, candidato do atual presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP).

O partido começou com quatro postulantes à candidatura, mas no fim havia apenas Simone Tebet e Eduardo Braga na disputa. Diante do crescimento de Pacheco, que já tem adesão de vários outros partidos, na noite de segunda-feira, Braga telefonou para a colega de Mato Grosso do Sul, anunciando que retiraria sua candidatura.

Ontem, depois da reunião que confirmou a candidatura, Simone Tebet disse que o MDB chega unido para a disputa. “O MDB não poderia pregar a democracia, se não a exercesse constantemente e internamente”, afirmou.