Policia Civil de Aquidauana prende em flagrante mulher que submeteu à tortura filha de 3 anos em ritual de cura em aldeia indígina

No dia 06 de Janeiro de 2021, por volta das 11h00min, chegou ao conhecimento da Delegacia de Atendimento à Mulher de Aquidauana, por meio de denúncia realizada por um médico, que uma criança poderia ter sido vítima de abuso sexual. Diante dos relatos, foram iniciadas diligências pela equipe de investigação desta Unidade, com apoio dos policiais do SIG da 1ª DP de Aquidauana.
A princípio, relatou-se que a criança de 3 anos havia sido encaminhada para o Hospital Regional de Aquidauana por conta de lesões em área genital, acompanhada pelo Conselho Tutelar, tendo a genitora sido conduzida para a Unidade Policial para esclarecimentos.
Enquanto isso, outra equipe policial se deslocou até a fazenda onde o padrasto trabalhava, suspeito do abuso sexual, segundo a mãe da criança. O homem foi localizado e também conduzido para a Delegacia de Polícia, porém negou o cometimento de qualquer abuso sexual em desfavor da criança. Explicou que por conta da constipação intestinal que a criança estava sofrendo há muitos dias, a genitora e avó da mesma introduziram objeto fino, tipo palito de unha, e o dedo no ânus da criança para tentar retirar as fezes, o que causaram as lesões.
Diante da gravidade das lesões no ânus e constipação intestinal, a menor teve que passar por uma cirurgia de emergência, em princípio sem constatação de abuso sexual.
Ocorre que após o atendimento médico, verificou-se que além de lesões no ânus, a criança também possui uma queimadura grave na parte de trás de uma das pernas.
Na Delegacia, a genitora da criança confirmou que havia levado a vítima para uma curandeira em aldeia indígena por conta da constipação intestinal de 10 dias, e que durante esse procedimento de colocar a criança para sentar em um tijolo fervendo, teria ocorrido a queimadura na perna. Somente por conta da gravidade da queimadura foi que a autora levou a criança para ser atendida por um médico na aldeia, ignorando totalmente as lesões, sangramento e dor causadas na criança de 3 anos em virtude de introdução forçada de objeto e dedo em seu ânus.
Além disso, a autora apresentou várias contradições em seu interrogatório, e finalmente informou que mentiu ao imputar o abuso sexual ao seu companheiro, sendo que, juntamente com sua mãe, tentaram retirar as fezes da criança de forma manual e com a introdução de objeto, o que a fez sangrar e causou graves lesões.
A mãe da criança foi presa em flagrante pelo delito de tortura com aumento de pena por ter sido cometida contra criança, que duraram cerca de um dia e uma noite.

Os demais envolvidos serão intimados para prestar depoimento sobre os fatos.

A POLÍCIA CIVIL ESCLARECE SER INADMISSÍVEL O COMETIMENTO DE MAUS-TRATOS, TORTURA E ABUSO SEXUAL CONTRA MENORES, SENDO QUE ESTES E QUAISQUER OUTROS DE DELITOS COMETIDOS EM DESFAVOR DE GRUPO VULNERAVEL SERÃO INVESTIGADOS E PUNIDOS NA FORMA DA LEI.