A evolução da atriz Carla Diaz, que iniciou na tevê aos quatro anos de idade

Trabalhar em algum projeto de Glória Perez tem um gostinho mais especial para Carla Diaz. A estreia precoce nas novelas foi em 1994, quando tinha apenas quatro anos de idade. Mas ela só se tornou realmente conhecida do grande público ao viver a popular Khadija, menina que adorava ouro que apareceu no sucesso “O Clone”, de 2001. Depois de um trabalho tão forte, Carla assume que ficou na expectativa de voltar a trabalhar de novo em uma obra assinada por Perez.

A chance, no entanto, só veio 16 anos depois, em “A Força do Querer”, folhetim que voltou ao horário nobre por conta da pandemia de coronavírus que paralisou os trabalhos nos Estúdios Globo. Na trama, ela interpreta a sensual e independente Carine, personagem que chega para estremecer a relação de Rubinho e Bibi, papéis de Emílio Dantas e Juliana Paes.

Foi um reencontro muito feliz. E Glória me chamou para fazer algo totalmente diferente do que eu estava acostumada. A experiência foi incrível”, valoriza.

Com traços angelicais e jeito de menina, a atriz se divertiu com a reação do público assim que Carine surgiu na trama. A surpresa de vê-la em um papel adulto e totalmente “mulherão” foi imediata.

Fiquei marcada como criança na cabeça de muita gente. Mesmo interpretando personagens mais maduras, não conseguia me desprender dessa imagem. Bastou aparecer no vídeo para a Carine mudar esse jogo. Foram muitas mensagens nas redes sociais e conversas por onde eu passava. Enfim, as pessoas se deram conta que cresci”, ressalta.

Na época, para dar conta de tanta responsabilidade, Carla resolveu investir na forma física da personagem. Além de retomar os exercícios aeróbicos e pegar pesado na musculação, ela intensificou as aulas de dança do ventre, samba e funk. Tudo para não fazer feio na pele da menina que sonha em ser a primeira dama da favela e adora ostentar looks ousados nos bailes.

Carine é extremamente vaidosa. A personagem trabalha como cabeleireira. Então, tem essa coisa do cabelo e das unhas decoradas e cheias de detalhes. Além disso, ela usa vestidos muito curtos e justos. Quando olhei meu figurino, pensei: ‘tá faltando tecido aqui!’”, relembra, entre risos.

Boa de briga, Carine deu muito trabalho nas cenas recheadas de tapas e puxões de cabelo que protagonizou ao lado de Bibi. Sempre que o roteiro previa alguma confusão entre as duas, Carla já sabia que gravações complexas estavam por vir. E são exatamente essas sequências que ela está ansiosa para rever na reprise.

Cenas de atrito e com muita ação, são sempre delicadas. Exigem concentração e tudo precisa ser muito calculado, ensaiado e técnico. Porque precisa ficar crível e ninguém quer se acidentar ou machucar um colega. Na hora, a gente tem de deixar a emoção fluir. Não pode parecer falso. Por isso, a técnica é tão importante”, destaca.

Natural de São Paulo, Carla tinha apenas dois anos de idade quando foi selecionada para seu primeiro comercial na tevê. O gosto pelas câmeras e holofotes a levaram para a teledramaturgia, onde estreou no “remake” de “Éramos Seis”, exibido pelo SBT em 1994. Com passagens marcantes e versáteis também pela Globo e Record, a atriz tem sucessos como “Chiquititas”, “A Casa das Sete Mulheres” e “Mutantes: Promessas de Amor” no currículo.

Estou com 30 anos e adoro o fato de ter feito tantas coisas diferentes na tevê. Esse é o lado bom de se trabalhar com o que se ama desde cedo. Mas é claro que ainda tenho muito a aprender”, acredita.

Pouco antes da quarentena, Carla se preparava para lançar um de seus trabalhos mais esperados: os longas “A Menina que Matou os Pais” e “O Menino que Matou meus Pais”, de Maurício Eça, onde vive a famosa assassina Suzane von Richthofen. Enquanto aguarda uma nova previsão de lançamento, a atriz comemora a superação de um câncer na tireoide, descoberto no início do ano.

A sensação de renascimento é inevitável. Aproveitei o isolamento para olhar mais para mim e me cuidar”, analisa.